RESTOS DE CARNAVAL: A SENSIBILIDADE DE CLARICE LISPECTOR





Olá, leitor!

O Carnaval chega ao fim. As ruas antes lotadas agora estão silenciosas, com serpentinas espalhadas pelo chão e um eco distante das marchinhas que ainda parecem tocar na memória. É essa atmosfera nostálgica da Quarta-feira de Cinzas que Clarice Lispector captura tão bem em sua crônica Restos de Carnaval.

A autora nos transporta para sua infância no Recife, onde a alegria do Carnaval se misturava com outros sentimentos.


"Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano. E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu."


A Quarta-feira de Cinzas sempre traz essa sensação agridoce de despedida. O brilho da festa se apaga, mas ficam os restos – físicos e emocionais – de dias intensos. A festa acaba, mas suas memórias permanecem.

Se quiser ler a crônica completa, você pode acessá-la no Portal da Crônica Brasileira.

E lembre-se: o papo nunca acaba quando se trata da nossa língua! Até o próximo post. 🎭

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas